Diferenças entre financiamento e consórcio 2ª parte

Na hora de comprar um imóvel vários fatores devem ser levados em consideração, afinal, cada caso é um caso, e as famílias têm necessidades e limitações diferentes. Tudo deve ser minuciosamente analisado, ítens como o valor, o tempo, se o consumidor mora ou não de aluguel, se precisa do imóvel de imediato, qual o valor que tem disponível para entrada ou para o lance e outros fatores.
Construir patrimônio e se livrar do aluguel são os principais objetivos de quem compra uma casa financiada. Ele exige uma entrada e pode ser financiado em até 180 meses. A prestação começa alta e vai diminuindo com o passar dos meses. Ao final do pagamento do financiamento o imóvel pode ter saído até 89% mais caro do que se tivesse sido comprado à vista.
O mercado oferece várias opções através da modalidade do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Aqui destacamos: Sistema de Amortização Constante (SAC), Sistema de Amortização Crescente (Sacre) e Tabela Price. Nas duas primeiras, mais vantajosas para o mutuário, as parcelas são mais altas no início e vão diminuindo com o tempo. No sistema Price, elas aumentam ao longo do contrato, gerando ao final saldo residual.

Vantagens: o mutuário recebe o dinheiro na hora, podendo adquirir o imóvel imediatamente. As taxas de juros são tabeladas em, no máximo, 12% ao ano.
Desvantagens: os bancos fazem muitas exigências cadastrais e não costumam financiar mais que 80% do valor total do imóvel.
Para não ter problemas financeiros e correr o risco de perder o imóvel, o consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação(ABMH) Ricardo Chiaraba, aconselha que a prestação não deve comprometer mais que 20% da renda familiar mensal.
Ele diz também que quanto mais puder dar de entrada, melhor. Para isso, vale a pena usar o saldo do FGTS e das aplicações financeiras, já que os juros que você vai pagar em um financiamento sempre serão muito maiores do que o rendimento de qualquer aplicação.
Apesar do aumento do número dos financiamentos para a compra da casa própria, a preferência pelos consórcios teve um forte crescimento em 2006. A expectativa do mercado é de ter uma nova expansão, de 15% ainda este ano. Mas, as pessoas que aderirem a esta modalidade, atraídas pela ausência de juros, devem tomar algumas precauções.
O estabelecimento das regras fica por conta da administradora do consórcio, com o pagamento podendo durar até 20 anos e os reajustes das parcelas feitos através do INPC ou IGP-M.
Vantagens: não exige pagamento de entrada nem comprovação de renda, até que você seja contemplado.
Diferenças entre financiamento e consórcio contemplado.
Desvantagens: se demorar a ser sorteado ou não puder fazer um lance, o consorciado poderá esperar muitos anos até ter como comprar o imóvel. Há risco de inadimplência
do grupo.
Assim sendo, o risco de um consórcio equivale também ao risco de inadimplência dos seus participantes, pois se um deles atrasar o pagamento das prestações os demais participantes acabam tendo que arcar com esta diferença, de forma a manter a entrega dos bens.
No consórcio, ao contrário do financiamento, você não recebe o dinheiro de forma imediata. É preciso esperar até ser sorteado. Em geral nos consórcios de imóveis os prazos variam entre 60 e 120 meses, dependendo do valor.
Isto significa que, dependendo do valor do imóvel dos seus sonhos, você pode acabar tendo que esperar até 10 anos para realizá-lo.
O consócio imobiliário é disciplinado e fiscalizado pelo Banco Central, assim, o comprador deve checar a idoneidade da empresa e se ela está autorizada pelo Banco Central, além de possíveis reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. Acompanhar também a saúde financeira do grupo ao qual faz parte é outra dica importante do especialista da ABMH.